segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Reutilização da água ajuda a evitar o desperdício

06/01/2012 Na indústria ou em casa, reutilização da água ajuda a evitar o desperdício Cisternas é a opção mais sustentável e de baixo custo para o meio urbano e rural. No setor industrial ou no uso doméstico, a reutilização da água e o aproveitamento da água da chuva são recursos cada vez mais populares com as novas tecnologias. Alem da economia, também se evita o desperdício de um bem que está cada vez mais caro e escasso. O arquiteto do Instituto Acqua (Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental), Fábio Vital, ressalta, porém, que o brasileiro não possui a cultura de reuso de água e, além disso, não há políticas de incentivo. Em casa, a água da chuva e o reuso da água da torneira também são possíveis, porém, pouco explorados, de acordo com Vital.
Cisterna (Foto: Reprodução de TV) “Na esfera residencial você já tem a possibilidade de armazenamento da água da chuva, para lavar calçadas e ruas, além da irrigação do jardim”, cita. Segundo Vital, as cisternas seriam a opção mais sustentável e de baixo custo para esse reaproveitamento nos centros urbanos. “O ideal seria criar e estruturar a legislação de incentivo ao consumo racional de energia e de criação de cisternas”, diz o arquiteto. Além disso, existem empresas que instalam em casas e prédios sistemas que captam a água da chuva. Por meio de filtros, a água pode voltar mais limpa ao prédio e, então, ser usada na descarga dos banheiros, na limpeza de pisos etc. Na região semiárido brasileira, o programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) têm a construção de cisternas como objetivo principal. As ações fazem parte do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, realizadas pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O público-alvo dos programas são as famílias de baixa renda da zona rural de municípios do semiárido brasileiro, que não contam com fonte de água ou meio suficientemente adequado de armazená-la. Engrossam a lista também as famílias que possuam renda per capita familiar de até meio salário mínimo ou, no caso dos idosos, renda total da família de até três salários mínimos, devendo ser priorizadas aquelas enquadradas nos critérios de elegibilidade do Programa Bolsa Família (PBF). “Os programas têm a preocupação de cuidar da água de beber, da água para a produção e para os animais. O P1MC quer levar uma cisterna para cada família, para captar água de chuva através do telhado. A ideia é ensinar às famílias como elas podem aproveitar melhor a terra e se inserirem no programa de reforma agrária, pensando a questão da água. Nesse programa, temos trabalhado, além das cisternas, as barragens subterrâneas, a construção de tanques de pedra e outros”, explica José Camelo da Rocha, assessor técnico e coordenador do Programa de Recursos Hídricos da AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia. Veja matéria sobre barragem subterrânea Para construir uma cisterna, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) investe dinheiro, além de materiais de construção. As famílias beneficiadas também recebem capacitação para gerir os recursos hídricos e para conviver com o semiárido. Tecnologia não falta e cada vez mais, de acordo com Vital, ela está sendo empregada no campo, na produção animal ou na colheita. “Seja para maximizar a produção ou enxugar o uso dos recursos naturais”, diz o arquiteto. O setor agrário é o que mais consome água, cerca de 70% do total utilizado, e para Vital é preciso agregar essa tecnologia para conservar. Muitas indústrias já adotaram o sistema de reuso da chamada água não nobre, que não é própria para consumo. Para cortar gastos com a conta, muitas implantaram seus próprios sistemas de tratamento. “A indústria, em grande medida, já reaproveita, conserva e reutiliza a água”, explica. O arquiteto destaca que indústrias de papel e de cosméticos são os grandes consumidores e, logo, o reuso é fundamental para tornar viável e econômica a produção. De acordo com o arquiteto, é importante pensar em reaproveitamento, mas também em como economizar recursos. Segundo Vital, nossa relação cultural com a água é ruim. “Achamos que é um recurso infinito”, diz. Por isso, segundo ele, é importante repensar essa relação e procurar soluções dentro de casa, como descargas que regulem o fluxo de água, torneiras de pressão e, principalmente, não considerar a água da torneira como algo sem valor. “Devemos valorizar a água, mesmo a que não usamos para beber”, afirma. Dessa forma, é possível conservar e manter um uso sustentável. Montagem de uma cisterna: O processo de construção da cisterna passa por oito etapas: escavação do buraco; fabricação das placas a partir da lavagem da areia e da mistura com o cimento, sendo que são quatro latas de areia para cada uma de cimento; fabricação dos caibros, feita com massa de concreto com vergalhão retorcido com um gancho na ponta, com duas latas de areia, duas de brita e uma de cimento (areia grossa), além de quatro tábuas de 1,30m comprimento, 6 cm de largura e 2 a 3 cm de espessura, 17 varas de vergalhão de ¼ de polegadas; levantamento das paredes com esse material; encaixe da cobertura; colocação do sistema de captação, ou seja, na entrada da cisterna, deve ser colocado um coador para evitar o ingresso de sujeira em seu interior; retoque e acabamentos, que consistem na construção de uma cinta de argamassa para juntar os caibros à parede da cisterna; e instalação da bomba manual. Cisterna pronta, é hora de tratar a água com hipoclorito de sódio, um composto químico usado como desinfetante e agente alvejante. São duas gotas para cada litro de água.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Receitas caseiras não ajudam a prevenir a dengue, alertam especialistas

07/01/2012 Para escapar da picada do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, muita gente recorre a receitas caseiras que circulam na internet ou dicas de amigos. Especialistas alertam que as recomendações alternativas não ajudam a prevenir a doença. Comer alho, cebola, inhame, tomar vitamina C, chá de cravo da índia ou acender vela de andiroba são algumas das receitas populares. Mas nada disso impede uma pessoa de ser alvo da picada do mosquito, afirmam pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz). No caso dos alimentos, por exemplo, a pessoa teria de consumir grandes quantidades para liberar o cheiro das substâncias no suor e desviar a atenção do mosquito, explicam os pesquisadores. Outra recomendação é passar repelente na pele. Segundo o epidemiologista e diretor do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski, alguns produtos conseguem afastar o mosquito. Porém, o professor alerta que os repelentes agem, em média, por três horas e não podem ser passados no corpo a todo tempo. "Durante uma parte do dia, você vai ficar descoberto", diz. O mosquito tem hábitos diurnos e prefere alimentar-se no amanhecer ou ao entardecer. Pode picar as pessoas também no período da noite. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, também não indica as receitas caseiras. "Não tem eficácia comprovada e faz com que as pessoas não adotem as medidas eficazes.” Jarbas Barbosa destaca a adoção de hábitos dentro de casa para acabar com os criadouros do mosquito. Entre eles, tampar a caixa d`água, desentupir as calhas, tirar a água das bandejas do ar condicionado e dos pratinhos dos vasos de planta e colocar tela em privadas e ralos pouco usados -- que acumulam água parada, locais preferidos do mosquito para depositar os ovos. Fazer essa vistoria em casa e no escritório pelo menos uma vez por semana é o suficiente, informou o secretário. Do ovo até a fase adulta, o ciclo de vida do Aedes aegypti leva de 7 a 10 dias. "Quando você joga fora a água parada elimina de 60 a 100 larvas do mosquito. Nenhuma outra medida vai evitar [o surgimento] de tantos mosquitos de uma única vez", acrescentou o professor Edimilson Migowski. Um levantamento divulgado pelo ministério mostra que 48 municípios apresentam risco de surto de dengue neste verão. Em cada cidade, as equipes de saúde encontraram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis visitados, taxa considerada preocupante. A proliferação do mosquito da dengue aumenta no verão devido à alta temperatura e às chuvas que aumentam o número de locais com água parada e facilitam o depósito de ovos do inseto. FONTE Agência Brasil Carolina Pimentel – Repórter Lílian Beraldo - Edição

sábado, 31 de dezembro de 2011

LICENÇA AMBIENTAL "LS" PARA O NE PELA INTERNET

CPRH será primeiro órgão ambiental do NE a emitir licença pela internet Objetivo é agilizar os processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de pequeno potencial poluidor sexta, 30 de dezembro de 2011 A partir de janeiro, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) vai disponibilizar o Licenciamento Ambiental Eletrônico a Distância por meio do portal do órgão na Internet, tornando-se o primeiro órgão ambiental do Nordeste a utilizar o sistema. O objetivo é agilizar os processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de pequeno potencial poluidor. Para conferir a novidade, os interessados podem já acessar o portal www.cprh.pe.gov.br. O novo licenciamento online também reduz o fluxo de processos na Agência e permite que os profissionais do órgão tenham maiores condições de fiscalizar e monitorar empreendimentos com grande potencial poluidor ou degradador. Segundo o diretor-presidente da CPRH, Hélio Gurgel, o procedimento vai atingir um público que hoje demanda a CPRH e corresponde a 60% das solicitações de licenças à agência. Para requerer o licenciamento ambiental pela Internet, o usuário deve exercer atividades de pequeno potencial poluidor, das tipologias comerciais, serviços, imobiliários e industriais, definida em Instrução Normativa da CPRH. O licenciamento ambiental das referidas atividades será realizada em uma única etapa, através da emissão da Licença Simplificada (LS). Ao entrar no site da CPRH, o interessado vai acessar o Licenciamento Ambiental Eletrônico a Distância, preenchendo um cadastro e fornecendo as informações solicitadas para o licenciamento. Depois, recebe o boleto de pagamento. A expectativa é que a licença seja disponibilizada online após a confirmação do pagamento. O novo procedimento, no entanto, só poderá ser utilizado caso o usuário, seja pessoa física ou jurídica, não tenha pendências na CPRH, a exemplo de licenças vencidas e não renovadas, além de não possuir autos de infração. O diretor-presidente da CPRH faz um alerta para a veracidade das informações que serão repassadas eletronicamente à CPRH, sob pena do empreendedor ser submetido a Lei Federal nº. 9605/98, que trata de crimes ambientais. "Serão feitas fiscalizações rigorosas dentro do novo sistema, e os que tentarem fraudar podem ser punidos com base na lei de crimes ambientais". O novo serviço também será disponibilizado no portal do Governo do Estado, o Expresso Cidadão Virtual, que também será lançado em janeiro. Fonte: Diário de Pernambuco

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MMA abre consulta pública para o plano sobre biodiversidade

Documento objetiva obter contribuições da sociedade brasileira para a elaboração das metas nacionais para 2020 segunda, 26 de dezembro de 2011 O Ministério do Meio Ambiente está com consulta pública aberta pela internet para o Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica para 2020. O documento foi preparado e discutido ao longo deste ano em reuniões presenciais com os setores empresariais, sociedade civil ambientalista, academia, governo (federal e estadual) e povos indígenas e comunidades tradicionais. A fase atual busca obter mais contribuições da sociedade brasileira para a elaboração das metas nacionais de biodiversidade para 2020. As propostas em consulta foram consolidadas um único documento chamado "Documento base da consulta pública" a partir das contribuições do encontro "Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020", promovido pelo Ministério do Meio Ambiente este ano, em que reuniu cinco setores da sociedade. O documento considera as 20 Metas Globais de Biodiversidade (Metas de Aichi) e as visões e necessidades específicas de cada um deles, tendo como orientação geral a necessidade de um conjunto de metas para maior efetividade no seu alcance e monitoramento. Como resultado dos trabalhos das reuniões setoriais, foram gerados 25 documentos (5 para cada uma das 5 reuniões) contendo proposta de metas nacionais de biodiversidade para 2020 e de submetas intermediárias para serem alcançadas nos anos de 2013 a 2017. A consulta pública fica aberta do dia 19 de dezembro de 2011 até o dia 31 de janeiro de 2012. Fonte: Eco Agência

domingo, 25 de dezembro de 2011

Ver a árvore para salvar a floresta

Artigo de A. D. McKenzie 03 de dezembro de 2011 O Chêne Saint-Jean, um carvalho de 750 anos localizado perto de Paris. Quando os bombeiros chegaram para apagar o incêndio que devorava a casa de Elise Inversin, na ilha francesa de Córcega, esta mulher de 66 anos preferiu que salvassem uma árvore aroeira de 900 anos. Uma casa pode ser reconstruída, afirmou. Inversin recebeu em Paris o prêmio Árvore do Ano, em nome de sua querida aroeira (Pistgacia lentiscus), que deixou para trás outras 25 na competição que marcou o encerramento do Ano Internacional das Florestas 2011, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Só desejo que a árvore seja reconhecida para que seja protegida pelas próximas gerações. Significa muito para mim e minha família, mas sobreviverá a nós e será responsabilidade da municipalidade protegê-la”, afirmou à IPS. Para o concurso Árvore do Ano, lançado pela revista francesa Terre Sauvagey, do Escritório Nacional de Floresta (ENF), pediu-se ao público que indicasse árvores destacadas por sua beleza, história, biodiversidade e significado para seu entorno. Pessoas e organizações recomendaram centenas de árvores da Alsácia à Martinica. Os eleitores finalmente escolheram 26 exemplares para representarem as diferentes regiões da França. Entre eles, um tejo da Normandia de 1.600 anos e um junípero em expansão e retorcido que cresce a 1.100 metros de altitude nos Alpes. Os organizadores tiveram que “suprimir” votos falsos que buscavam aumentar os números mediante pirataria informática, mas o júri escolheu a aroeira como vencedora. Os jurados também entregaram um “prêmio do público” a um carvalho comum (Quercus robus) de 200 anos e 18 metros de altura da Bretanha. Além disso, os organizadores do concurso deram as boas-vindas a um “convidado de honra”, um carvalho da Palestina (Quercus calliprinos) de mil anos, conhecido como carvalho de Sharafat. Fotografias das árvores premiadas podem ser vistas na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na capital francesa. Contudo, o objetivo não foi fazer um concurso de beleza verde, mas destacar a importância das árvores e o “alarmante” desaparecimento de florestas. Segundo dados da ONU, cerca de 13 milhões de hectares de florestas desaparecem por ano, em particular nas regiões tropicais. O sustento de 1,6 bilhão de pessoas está em perigo, e os 300 milhões que as consideram seu lar podem se transformar em refugiados ambientais. O desmatamento também acelera o aquecimento global ao responder por 20% das emissões de gases-estufa, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A América do Sul perdeu quatro milhões de hectares de florestas anualmente, entre 2000 e 2010, e a África, 3,4 milhões, segundo a FAO. Neste último continente, o processo provocou a redução das chuvas, causando a seca que afeta o leste. A FAO impulsionou vários projetos de reflorestamento para recuperar a fertilidade do solo. Iniciativas semelhantes na Ásia, especialmente na Índia e China, reduziram o ritmo de desmatamento, mas as áreas florestais diminuem 3% ao ano, segundo a ONU. E na Malásia as florestas desaparecem três vezes mais rápido do que a média continental. Na França, as florestas cobrem mais de 30% do território, e a missão do Escritório Nacional de Florestas é protegê-las e fazer o mesmo nos departamentos de ultramar, como a Guiana Francesa, Ilha da Reunião, Martinica e Guadalupe. Não é uma tarefa fácil, disse Hervé Gaymard, presidente do conselho de administração da entidade. “O trabalho de gestão sustentável é muito variado e de amplo espectro porque as florestas da França continental não têm nada em comum, por exemplo, com as da Guiana”, disse à IPS. Este órgão tem um papel ativo “na frente diplomática” para proteger as florestas tropicais e lutar contra o comércio da “madeira preciosa da África”, especialmente na bacia do Rio Congo, acrescentou Gaymard à IPS, lembrando que o desmatamento não é um problema na França. Porém, os exemplares mais antigos estão em risco, segundo ambientalistas. Por exemplo, na floresta de Compiègne, a 50 quilômetros de Paris, há um carvalho de 750 anos, conhecido como Chêne Saint-Jean, com um enorme buraco no meio, ao que parece causado por um incêndio provocado por um grupo de exploradores há alguns anos para se desfazer de um vespeiro. “Fazemos o que podemos, mas é impossível ter um policial ao lado de cada árvore para protegê-la. As árvores costumam ser maltratadas por maldade”, lamentou Gaymard. A proteção das florestas começa ao se ver e respeitar cada árvore, afirmou Inversin. “É preciso ver a árvore para salvar a floresta. Quando disse ao bombeiro para salvar a aroeira, foi uma reação espontânea. Não tive tempo para pensar. Mas sei quantas vidas esse exemplar tocou”, acrescentou. Fonte: Envolverde, adaptado por Painel Florestal

VAMOS ENTERRAR OS PLÁSTICOS PARA LIMPAR A ATMOSFERA?

A história do carbono é a história do planeta. 04 de dezembro Essa estranha proposta é apresentada por um dos personagens do aclamado romancista americano Jonathan Franzen. Com teores naturalistas, ele vem se firmando com um dos mais importantes escritores atuais. Em suas obras, costuma traficar noções de ecologia. No livro The Corrections, pesquei uma declaração provocante de um dos personagens. A tese do personagem é a seguinte: A história do carbono é a história do planeta. A Terra era muito quente 400 milhões de anos. A atmosfera então era irrespirável. Composta por metano e dióxido de carbono (gás carbônico). A Natureza ainda não tinha aprendido a decompor a celulose. Por isso, quando uma árvore caía, ficava no solo e era enterrada pela próxima árvore a cair. Era o período Carbonífero. A Terra era coberta por uma vegetação luxuriante. Durante milhões e milhões de anos, com as árvores caindo sucessivamente, quase todo o carbono que estava na atmosfera foi tirado do ar e enterrado sob o solo. E é lá que ele ficou até recentemente. São os depósitos de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Hoje, quando uma árvore cai, os fungos e micróbios digerem a celulose. E todo o carbono dos troncos, galhos, folhas e raízes volta para o ar. Nunca haverá outro Carbonífero. Porque não há como fazer a Natureza desaprender como biodegradar a celulose. Quando o mundo ficou frio o suficiente, os mamíferos surgiram na Terra. Mas agora o mamífero mais esperto de todos começou a tirar o carbono dos depósitos subterrâneos e jogá-lo de novo na atmosfera. Enquanto queimamos o carvão, o gás natural e o petróleo, despejamos o carbono das profundezas da terra no ar outra vez. Quando tivermos terminado de queimar todo esse carbono, teremos a atmosfera pré-histórica outra vez. Uma atmosfera quente e estranha que ninguém viu na Terra durante 300 milhões de anos. Uma atmosfera que certamente não será boa para os mamíferos como nós. A moral da história, para o personagem de Frazen, é que não se deve reciclar o plástico. É melhor mandar tudo para o depósito de lixo, onde ele será enterrado. “Vamos enterrar o carbono”, diz o personagem do escritor. A história do carbono está certa. É uma bela maneira de apresentar a enrascada em que nos metemos. Mas enterrar o plástico não resolve. Porque a produção do plástico envolve a retirada de uma quantidade maior de petróleo do fundo da Terra, e a queima de boa parte do carbono. Para cada quilo de plástico produzido numa refinaria, outros quilos de carbono viram combustível que, queimado, alimenta a atmosfera de carbono. O único jeito seria adotar uma estratégia hoje impossível: enterrar plástico derivado de biomassa, como o que algumas fábricas brasileiras estão fazendo a partir da cana de açúcar. Ele não é biodegradável, como um plástico comum. Pelo menos por enquanto, nenhum organismo consegue digerir esses plásticos, como acontecia no passado com a celulose. Se houvesse bastante plantação de cana, ela retiraria o carbono da atmosfera durante o crescimento, pela fotossíntese. Mas isso exigiria uma área tão grande de plantações de cana que talvez não houvesse espaço para cultivarmos alimento na superfície, nem construirmos nossas cidades. E levaria milhares de anos. É uma boa tese, mas não muito praticável. Se isso fosse feito, o carbono do plástico de cana seria enterrado. Até que, talvez, algum organismo aprendesse a digerir esse material orgânico e transformá-lo em outra coisa, como aconteceu com os micróbios que digeriram as florestas do Carbonífero e a transformaram em petróleo. Até que algum ser futuro, daqui a alguns milhões de anos, resolvesse cavar esse combustível e jogá-lo na atmosfera outra vez. Mas aí nós não estaríamos mais aqui para ver o resultado. Fonte: Época

HISTÓRIA AMBIENTAL DE SÃO PAULO: MEIO AMBIENTE, CIDADANIA E MUSEUS

Professor Paulo Henrique Martinez - Unesp/Assis O bicentenário da vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro tem inspirado muitas reflexões sobre a história, em livros, reportagens, entrevistas, reuniões cientificas, exposições e iniciativas de preservação e restauro. Para a nossa história ambiental a instalação da sede da monarquia em solo brasileiro representou a disseminação de uma forma peculiar de relação da sociedade com a natureza, o trabalho, a terra e os recursos naturais. A apropriação e a exploração do mundo natural nos territórios luso-americanos ganharam novo impulso, acentuando uma tendência e uma prática em escala mundial, desde meados do século XVIII. No caso português, uma série de iniciativas marca o esforço de aproveitamento econômico da produção natural, da criação e ampliação dos espaços agrários e dos produtos minerais da colônia na América, com o objetivo de incrementar a produção agro-pecuária, dinamizar o comércio exterior e elevar a arrecadação do fisco real. Esta política consistiu em gerar uma articulação econômica entre Portugal e suas possessões na América, sobretudo nos pontos historicamente consolidados no litoral, na região sul e no vale amazônico. O incremento da produção agrícola e do extrativismo animal, vegetal e mineral foi buscado com a introdução do estudo da História Natural na Universidade de Coimbra, em 1772, a realização de viagens filosóficas (expedições científicas) para a coleta e a classificação de espécies, a formação e remessa de amostras e coleções sobre a natureza das colônias para Lisboa, a difusão de conhecimentos botânicos, zoológicos e geológicos, com a redação, tradução e publicação de livros, a organização de jardins, museus, laboratórios. A absorção de princípios racionais e científicos do Iluminismo, em Portugal, alimentou inúmeras práticas governamentais de caráter reformista e ilustrado, presente na administração do Estado e da economia, incluindo as colônias que possuía na América, África e Ásia. Em São Paulo os sintomas dessa política surgiram a partir de 1765, com a restauração da autonomia da capitania, então, subordinada ao Rio de Janeiro, e o estímulo ao seu povoamento e exploração econômica. Desde o fim do século XVIII, a cana-de-açúcar conheceu uma grande expansão, sobretudo na área do chamado “quadrilátero” entre Jundiaí, Sorocaba, Piracicaba e Mogi-Guaçu. Os efeitos dessa política atravessaram o século XIX e seguiram pelo século XX adentro, com a permanência do caráter exportador da cafeicultura, o uso intensivo da mão-de-obra, sobretudo escrava, a concentração da propriedade e da renda rural. Durante a primeira metade do século XIX, os engenhos de açúcar sustentaram a economia paulista, depois de 1850 o café foi o soberano nas exportações, com presença marcante até a década de 1960, e na ocupação de novas áreas no entorno das ferrovias Araraquarense, Mogiana, Noroeste, Paulista e Sorocabana e o curso de rios, como Pardo, Tietê, Feio, Peixe e o Paranapanema. Os impactos desta contínua expansão da atividade agrícola sobre o meio ambiente, em São Paulo, foram o empobrecimento dos solos, esgotando suas potencialidades, e a erosão, a supressão da cobertura vegetal no interior paulista e a perda vertiginosa de fauna e flora. O crescimento urbano e a industrialização acelerada, a na década de 1970, geraram novos e maiores impactos ambientais no estado. A impermeabilização dos solos, a poluição atmosférica, o abastecimento e o saneamento das águas, o consumo de energia elétrica, a ocupação de áreas de encostas, de mananciais, de várzeas, margens de córregos, rios e fundos de vale, obras de infra-estrutura, destino inadequado do lixo, foram vetores de mais impactos ambientais nas metrópoles e cidades brasileiras. A velocidade e a destruição neste processo secular foram tão amplas e intensas que privaram a sociedade do contato com a biodiversidade regional, situação responsável pelo seu atual desconhecimento e, logo, pela indiferença quanto ao seu destino e preservação. São emblemáticos e recentes os esforços para reverter esse quadro historicamente constituído, como o desenvolvimento do projeto Biota, apoiado pela Fapesp, e o programa Município Verde, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A recomposição de matas ciliares, um passo inicial, enfrenta dificuldades de ordem cultural, financeira, produtiva e política para a sua concretização. Os limites das práticas de cidadania, então, emergem com força. A desinformação, a inexperiência, a restrita oferta de espaços interativos com a natureza, pois são poucas, pequenas, precárias, inoperantes e distantes as unidades de conservação no estado, a indisponibilidade de tempo, dinheiro, disposição e de recursos materiais da maioria da população, contrastam com a avassaladora e crescente demanda pelos parques urbanos e áreas verdes das cidades, como São Paulo, e pelas praias do litoral paulista. Em pequenas cidades do interior há reivindicações pela criação e ampliação de parques, bosques, praças, lagos e arborização urbana. Os museus são instituições que, por suas características intrinsecamente multifacetadas de preservação, pesquisa e comunicação, podem desempenhar papéis ativos na consciência política e na mudança social, excitar curiosidades, reflexões, pesquisas e o ensino da história ambiental paulista e nacional, mundial até. Agentes produtores e reprodutores de valores sociais e culturais, os museus podem tratar dos problemas enfrentados pela sociedade do século XXI e incentivar a busca de soluções para as dificuldades que ela encontra em sua trajetória coletiva, suas expectativas e necessidades existenciais no presente e no futuro. Ao conservar, expor, problematizar e refletir sobre os registros materiais e imateriais das múltiplas formas de interação dos indivíduos, grupos humanos, classes sociais, estados e o conjunto da ação antrópica na biosfera, os museus podem criar espaços de valorização da cidadania, pela demonstração e o questionamento não apenas do passado, sobretudo do tempo atual, esse amálgama do passado e do tempo presente. Estas possibilidades de ação nas instituições e nos espaços museológicos também proporcionam nova relevância e legitimidade social aos museus. Os usos sociais que o patrimônio ambiental e cultural pode adquirir, pela iniciativa de gestores, técnicos, educadores, historiadores, museólogos e usuários de museus, oferecem fecundos resultados na elaboração do conhecimento histórico e científico, na formação continuada de profissionais, na dinamização do ensino fundamental e médio, na divulgação científica, de práticas sociais, de tecnologias de sustentabilidade e gestão de políticas sociais em países com as características do Brasil. A adoção e o fortalecimento de políticas públicas que promovam a educação, o meio ambiente, a cultura e a cidadania, ajudariam a reverter esse quadro paradoxal, onde apatia e desinteresse pelo meio ambiente convivem com a busca e a necessidade de contato, de lazer e de interação com a natureza. A orientação das atividades nos museus históricos, de ciência e das cidades também pode contribuir para o conhecimento de nossa história ambiental e ao estímulo para novas formas de relação com o suporte biofísico da sociedade de produção e de consumo, incessantemente mundializada, desde o século XVIII, e que exibe, aberta e explicitamente, os custos sociais e ambientais de sua continuidade. E isto pode e precisa ser mudado a partir da ação política e social de pessoas, instituições e governos em múltiplas e diferentes escalas da existência humana.

Tecnologia à base de energia solar elimina poluentes orgânicos da água

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que 2,6 bilhões de pessoas no mundo vivem sem acesso a saneamento adequado. O alerta foi dado por ocasião do lançamento do programa “Saneamento Sustentável: Cinco Anos até 2015”, em junho último, cuja proposta é acelerar a redução pela metade da quantidade de pessoas sem acessos a saneamento básico, reconhecido pela ONU como um direito humano. Nesse sentido, pesquisas como a desenvolvida pelo grupo de Fotoeletroquímica & Conversão de Energia, coordenado pela professora Cláudia Longo, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, ganham destaque. O trabalho resultou no desenvolvimento da tecnologia “Sistema para purificação de água que utiliza energia solar e eletrodo de TiO2 nanocristalino para destruir poluentes”, que tem pedido de patente depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e traz uma alternativa sustentável, viável economicamente e altamente eficiente, para eliminar poluentes orgânicos da água. De acordo com a professora Cláudia Longo, os resultados obtidos nos experimentos realizados em escala laboratorial são promissores e indicam que o sistema pode ser aperfeiçoado e utilizado para promover melhor condição de vida para a população. O aperfeiçoamento, conforme explica, poderá viabilizar a utilização dessa tecnologia para a etapa final do tratamento de efluentes industriais. “Também poderá ser utilizada para a purificação da água consumida por pessoas que vivem em regiões sem acesso a saneamento básico”, aponta. Após providenciar o registro de pedido de patente, os resultados do trabalho foram divulgados em 2010 na revistaApplied Catalysis B: Environmental, uma das mais conceituadas da área. A pesquisa vem sendo desenvolvida desde 2004 e conta com financiamento da Fapesp, CNPq e Capes por meio de auxílios à pesquisa e bolsas. Também recebeu apoio do Instituto Nacional de C,T&I em Materiais Complexos Funcionais (Inomat), coordenado pelo professor Fernando Galembeck (IQ). Os estudos foram realizados no âmbito do projeto de mestrado de Haroldo Gregório de Oliveira, que é coautor da patente e atualmente desenvolve o doutorado na área, e também em programas de iniciação científica desenvolvidos por estudantes de Química, Farmácia e de Engenharia Química. Em 2009, na ocasião do XVII Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp, a professora Cláudia recebeu uma menção honrosa concedida pela Pró-Reitoria de Pesquisa por orientar o aluno Fernando C. L. Miaise no trabalho “Desenvolvimento de um sistema para purificação de água por fotocatálise heterogênea eletroassistida utilizando eletrodo de TiO2 nanocristalino e células solares”. Outra premiação foi concedida na 33ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química: o trabalho “Descontaminação de água com eletrodo de TiO2 conectado a célula solar: oxidação de fenol no anodo e deposição de cobre no catodo” foi apresentado oralmente e como painel, tendo sido eleito um dos melhores painéis da sessão de Química Tecnológica. PURIFICAÇÃO A conversão de energia solar em aplicações que visam a melhoria do meio ambiente é o que move o grupo de pesquisa do IQ e, no trabalho que resultou no pedido de registro de patente, o objetivo é o de purificar a água por meio dessa fonte de energia. Os pesquisadores desenvolveram um sistema que consiste na conexão de um eletrodo de TiO2 a células solares, resultando na combinação de duas aplicações da conversão da energia solar por meio de semicondutores. Conforme explica Cláudia, a primeira aplicação resultante, e já bastante conhecida, é a conversão em energia elétrica. A outra se refere à purificação da água. O diferencial do trabalho é a combinação das duas, tornando o processo mais eficiente em relação às alternativas existentes. Em relação ao tratamento de efluentes disponíveis atualmente, ela aponta algumas limitações, como custos elevados e o longo período necessário para a descontaminação. Outro fator relevante inclui a baixa eficácia para eliminar diversos poluentes orgânicos solúveis, tais como fenol, pesticidas, corantes e medicamentos. Estes poluentes persistentes permanecem no ambiente por longos períodos, já que não são biodegradáveis. O tema da presença de contaminantes emergentes é objeto de estudo do professor Wilson de Figueiredo Jardim, também do IQ. No primeiro semestre deste ano, inclusive, ele organizou um workshop na Unicamp sobre a presença desses contaminantes na água para consumo humano (ver em Portal da Unicamp, 14 de abril de 2011). Na ocasião, Jardim afirmou que ainda não se sabe, ao certo, dos riscos à saúde humana, mas o efeito em animais já foi comprovado, como é o caso da alteração no sexo dos peixes, provocando uma feminização dos machos. No evento, o docente apresentou ainda o resultado do projeto temático sobre a ocorrência de contaminantes emergentes em mananciais e água consumida no Estado de São Paulo. Foram encontrados vários, entre os quais atrazina (agrotóxico), cafeína, hormônio sintético e substâncias de medicamentos. O levantamento contou com financiamento da Fapesp e envolveu pesquisadores da Unicamp, Unesp e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). IRRADIAÇÃO SOLAR Os testes realizados em pequenas escalas, no laboratório, no âmbito da pesquisa orientada pela professora Cláudia Longo, mostraram resultados animadores em relação à eliminação justamente desse tipo de substância da água. Os primeiros experimentos foram realizados sob irradiação solar direta; posteriormente, os pesquisadores utilizaram um simulador solar, eficiente e de baixo custo, com intensidade semelhante à obtida sob o sol do meio dia e que permite o controle de temperatura e intensidade da radiação. Recentemente, adquiriu-se também um simulador solar de maior porte para possibilitar o estudo em maior escala. Com esse simulador foi possível medir a eficiência e a durabilidade do sistema de purificação de água, que tem atuado de maneira reprodutível e com longa durabilidade. Esse estudo foi realizado com eletrodos de TiO2 com 9 cm² para tratamento de 10mL de água contendo 50 mg/L de fenol. O fenol, considerado um poluente persistente, pode estar presente nos efluentes de diversas indústrias e apresenta vários efeitos nocivos à saúde. Os resultados encontrados revelaram a degradação de 78% do fenol após três horas sob irradiação no simulador solar; após seis horas, mais de 90% do poluente foi mineralizado. Resultados animadores também foram encontrados no sistema com eletrodos de 35cm² para tratamento de 70 mL de solução e, recentemente, para 0,5 L, em fluxo. As substâncias investigadas incluem, além do fenol, o corante Rodamina 6G (utilizado na indústria têxtil) e os fármacos paracetamol e estradiol. O sistema também tem grande potencial para desinfecção de água contaminada por bactérias. Já foi estabelecida uma colaboração com o professor José Roberto Guimarães, do Departamento de Saneamento e Ambiente da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp, e espera-se que novos estudantes integrem o grupo para desenvolver o projeto. BENEFÍCIOS Com a possibilidade de ampliação dos testes e aperfeiçoamento do sistema, o trabalho pode ter aplicação na etapa final do tratamento de efluentes, tendo como alvo estações de tratamento de efluentes de indústrias têxteis, de papel e celulose, petroquímicas e de agrotóxicos, por exemplo, bem como companhias de água e esgoto e estações de tratamento de efluentes em shopping centers, entre outros. Cláudia ressalta ainda que o sistema aperfeiçoado também pode ser utilizado para purificação de água em comunidades afastadas, não atendidas pelo serviço básico de saneamento, eliminando contaminantes resistentes a tratamentos convencionais. Outra vantagem do sistema é o fato de ser autossuficiente do ponto de vista energético, devido à utilização de radiação solar. Baixo custo e o fato de ser sustentável (não é poluente, não exige adição de insumos e não gera resíduos) completam a relação. Fonte: Jornal da Unicamp

PELLET

A demanda por energia que mais cresce no mundo é de um derivado da madeira. A produtividade florestal no Brasil é muito superior à observada nos países com clima mais frio. Há no país uma quantidade muito grande de resíduos de biomassa que deve aumentar com a proibição progressiva da queimada das palhas da cana. O país tem condições para liderar a produção mundial de pellets e diversos outros bio-combustíveis com origem na madeira. O pellet é um pequeno cilindro (± 2 mm de raio e ± 1 cm de comprimento) de biomassa seca prensada. Trata-se de um combustível renovável de queima limpa. A maior parte dos pellets é produzida com resíduos de madeira (cavacos ou resíduos de serrarias), mas também podem ser produzidos a partir de vários tipos de biomassas tais como o bagaço de cana, casca de coco e outros resíduos agro-industriais. O mesmo processo pode ser usado também para produzir “briquetes”, unidades de maior porte que substituem, com vantagem, a lenha. Promovido pelo Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) e organizado pela MES Eventos, o 2º Seminário Madeira Energética – MADEN 2 será realizado no dia 25 de novembro, em São Paulo, no Auditório UMUARAMA, Av. Paulista 1776, 3º andar. O programa do seminário conta com palestras e mesas redondas que visam mostrar as oportunidades da utilização da madeira e seus derivados energéticos, a necessidade de racionalizar a cadeia de utilização da energia com esta origem, além de informar sobre as tecnologias no uso deste insumo.

Manejo sustentável da Reserva Legal

Como lucrar com este componente da propriedade 25 de novembro de 2011 Com as expectativas aumentando acerca da votação do Código Florestal, principalmente no meio agrícola, muito se tem discutido sobre a finalidade e emprego da Reserva Legal na propriedade rural. Esta área de proteção ambiental é um PROBLEMA ou uma OPORTUNIDADE, no que diz respeito à lucratividade de um empreendimento agropecuário? O que poucas pessoas sabem é que na Reserva Legal é possível e viável explorar espécies arbóreas exóticas, como eucalipto, pínus, noz pecan e seringueira, assim como toda produtividade das espécies nativas, arbóreas e não arbóreas, como matéria-prima de grande potencial fitoterápico. A implantação de espécies como eucalipto e pínus, dentro da Reserva Legal, poderá ser feita até o ano de 2018, sendo que sua exploração é passível até o final de seu ciclo. E porque não fazê-lo? Temos na região Norte do Paraná um dos maiores potenciais produtivos florestais do mundo, além disso, podemos explorar produtos de grande valor agregado e ótima remuneração. No mais, o uso da madeira de espécies exóticas evita a exploração de nossos recursos naturais, o que vai diretamente de encontro com a intenção conservacionista da reserva Legal. De maneira simultânea, espécies nativas, arbóreas e não arbóreas, podem ter seu potencial fitoterápico explorado. Plantas medicinais como pata-de-vaca podem gerar renda de até R$15.000 por hectare em um ano, uma vez que suas folhas são usadas na fabricação de remédios para diabetes e cistite, sendo remunerado a R$7,50 o quilo de folha seca. Pode-se também explorar espécies como a araucária, espinheira-santa, aroeira-pimenta, café-de-bugre e sabugueiro, que por exemplo, tem o quilo de baga desidratada remunerado em um valor médio de €40,00. Além, espécies nativas não arbóreas como guaco, alecrim, calêndula, erva-de-bicho, entre muitas outras, podem ser cultivadas na entre linha das espécies arbóreas e geram produtos igualmente muito bem remunerados. E, novamente, por que não explorar estas espécies? O nosso Estado é o maior produtor do Brasil de plantas medicinais cultivadas, sendo que este mercado cresce, na impressionante taxa, de 20% ao ano. A oportunidade de aumentar receitas e promover a diversificação na propriedade rural existe e é viável. Cabe a nós aproveitarmos todo o potencial produtivo desta Área de Preservação Ambiental. Fonte: Eng° Agr° Henrique Lopes Moino - Consultor em Florestas e Agroflorestas - agroflorestas.blogspot.com - helmoino@hotmail.com