quarta-feira, 20 de abril de 2011

Projeto Biomas democratizará pesquisa na propriedade

Senadora diz que Projeto Biomas democratizará pesquisa na propriedade -
 Por Editor em 21/12/2010
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, disse ontem (20/12/10) que o Projeto Biomas vai "democratizar a pesquisa dentro da propriedade", permitindo com que todos os produtores rurais do País sejam inseridos no processo de combate ao aquecimento global aumentando a produção de alimentos sem prejudicar o meio ambiente. 

"Aqueles produtores sem recursos para pagar um pesquisador para desenvolver tecnologia para aumentar a produção sem desmatar novas áreas vão ter a ajuda dos parceiros do projeto", afirmou a senadora, ao fazer pronunciamento na Tribuna do Senado Federal para fazer um balanço da 16º Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-16), realizada em Cancun, no México, e defender as ações do setor agropecuário para evitar danos ambientais.

O Projeto Biomas, desenvolvido pela 
CNA em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi lançado internacionalmente na COP-16 e foi criado visando práticas de produção de alimentos aliadas à preservação ambiental. Serão investidos US$ 23 milhões na execução do projeto em nove anos, quando serão realizadas pesquisas nos seis biomas brasileiros (Mata Atlântica, Cerrado, Pampa, Caatinga, Amazônia e Pantanal) para identificar as áreas experimentais de aplicação do projeto nesta primeira etapa, ou seja, as "vitrines tecnológicas".

Este trabalho servirá de base para que o produtor rural possa plantar ou recompor áreas dentro da propriedade com espécies nativas ou exóticas, tendo a participação de mais de 200 pesquisadores e de outras entidades que serão parceiras no projeto.

Kátia Abreu destacou a repercussão positiva do projeto durante a COP-16. A boa aceitação do Biomas fez com que o tema virasse notícia na imprensa internacional. A rede britânica de comunicação BBC elegeu a iniciativa como o segundo fato entre os 10 mais importantes do evento. O assunto também foi destaque no site do jornal norte-americano New York Times, na revista inglesa New Scientist, nas agências de notícias 
Reuters (Inglaterra) e EFE(Espanha), no site australiano Stock & Land. O tema rendeu, ainda, entrevistas exclusivas da presidente da CNA à revista britânica The Economist.

Outra iniciativa para combater o aquecimento global bem recebida na COP-16 e mencionada pela senadora em seu pronunciamento foi o programa Agricultura de Baixo Carbono, lançado pela 
Embrapa. Esta ação destina R$ 2 bilhões para promover práticas para garantir a produção sustentável de alimentos, como a recuperação de pastagens degradadas, o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta, instrumentos que poderão contribuir para a queda de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). 

Sobre este ponto, Kátia Abreu destacou também a criação de um fundo para financiar a Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD) durante a convenção. "Falta saber quem vai financiar o fundo, mas ele foi criado e a decisão é irreversível. É importante que o produtor recebe por preservar o meio ambiente, em quantia equivalente ao que ele receberia pelo alimento que produz", enfatizou.

A presidente da 
CNA aproveitou o pronunciamento para defender a atualização do Código Florestal, para evitar que o Brasil volte a importar alimentos. "Se deixarmos de produzir arroz e feijão para conservarmos áreas de reserva legal correremos o risco de importar arroz e feijão de países que não têm a reserva legal, por que isso só tem no Brasil", argumentou. 

Ela também voltou a afirmar que a proposta de atualização do Código Florestal não permitirá novos desmatamentos. "Quem disser que aumentará o desmatamento eu desafio a debater aqui no Senado", afirmou. Reforçou também que o Brasil não precisa abrir novas áreas para produção é que o País é o segundo do mundo em cobertura vegetal nativa, com 56% do território. "Estamos atrás apenas da Rússia, que tem boa parte do país coberta com gelo e não tem área para agricultura", ressaltou.

Agenda 21 LOCAL

PLANEJAMENTO DE AULA
Tema da apresentação: Agenda 21 LOCAL
Descrição da abertura: A Agenda 21 local é um desdobramento da Agenda 21 Brasileira, sendo está também um desdobramento da Agenda 21 Global. A Agenda 21 Global foi construída com a contribuição de governos e instituições da sociedade civil de 179 países, num processo que durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente no Rio de Janeiro em 1992, também conhecida por Rio 92 ou Eco92.
O QUE É A AGENDA 21 GLOBAL
A Agenda 21 Global é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.
Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI.
Agenda 21 Global  contém 40 capítulos, contemplando todos os aspectos que envolvem a ação e a interferência do homem com a natureza e com seus recursos naturais.
Dentre eles destacam-se:
  • Combate à pobreza;
  • Combate ao desflorestamento;
  • Manejo ambiental da biotecnologia;
  • Manejo de ecossistemas contra a desertificação e a seca (serrado (floresta de cabeça para baixo)/cobertura vegetal/nutrientes/erosão sedimentar/carreamento para o leito dos rios/assoreamento/diminuição da lâmina d’água/turbidez/aumento significativo da eutrofização/diminuição da cadeia alimentar face ao aumento de algas e conseqüente DBO e DQO;
  • Manejo das substâncias químicas tóxicas, dos resíduos perigosos, dos resíduos sólidos de esgotos;
  • Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos (Falar de SP – Guarapiranga - empréstimo de água-30m³/seg. Serra da Cantareira - elevatória de 180m;
  • Proteção dos mananciais;
  • Proteção de oceanos e mares;
  • Proteção e promoção das condições da saúde humana;
  • Mudança dos padrões de consumo;
  • Dinâmica demográfica e sustentabilidade;
  • Conservação da Diversidade Biológica;
  • Conservação da diversidade biológica.
  • Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21.
O programa de implementação da Agenda 21 foi fortemente reafirmado durante a Cúpula de Johanesburgo, ou Rio +10, em 2002.
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável
A comunidade internacional concebeu e aprovou a Agenda 21 durante a Rio 92, assumindo, assim, compromissos com a mudança da matriz de desenvolvimento no século XXI. O termo "Agenda" foi concebido no sentido de intenções, desígnio, desejo de mudanças para um modelo de civilização em que predominasse o equilíbrio ambiental e a justiça social entre as nações.
A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na análise da situação atual de um país, estado, município, região e escolas, e planeja o futuro de forma sustentável. E esse processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longos prazos.
Em outras palavras, o esforço de planejar o futuro, com base nos princípios da Agenda 21, gera inserção social e oportunidades para que as sociedades e os governos possam definir prioridades nas políticas públicas.
É importante destacar que a Rio 92 foi orientada para o desenvolvimento, e que a Agenda 21 é uma Agenda de Desenvolvimento Sustentável, onde, evidentemente, o meio ambiente é uma consideração de primeira ordem.
Enfim, a Agenda 21 considera, dentre outras, as questões estratégicas ligadas à geração de emprego e renda; à diminuição das disparidades regionais e inter-pessoais de renda; às mudanças nos padrões de produção e consumo; à construção de cidades sustentáveis e à adoção de novos modelos e instrumentos de gestão.
Em termos das iniciativas, a Agenda 21 não deixa dúvida. Os Governos têm o compromisso e a responsabilidade de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. Além dos Governos, a convocação da Agenda 21 visa mobilizar todos os segmentos da sociedade, chamando-os de "atores relevantes" e "parceiros do desenvolvimento sustentável".
Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
SUMÁRIO DA AGENDA 21
Resumo do Documento Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
               
CAPÍTULOS...   
A Agenda 21 Brasileira é um processo e instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a conservação ambiental, a justiça social e o crescimento econômico. O documento é resultado de uma vasta consulta à população brasileira, sendo construída a partir das diretrizes da Agenda 21 global. Trata-se, portanto, de um instrumento fundamental para a construção da democracia participativa e da cidadania ativa no País.
A primeira fase foi a construção da Agenda 21 Brasileira. Esse processo que se deu de 1996 a 2002, foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional - CPDS e teve o envolvimento de cerca de 40.000 pessoas de todo o Brasil. O documento Agenda 21 Brasileira foi concluído em 2002.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase de implementação assistida pela CPDS, como também foi elevada à condição de Programa do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo atual governo. Como programa, ela adquire mais força política e institucional, passando a ser instrumento fundamental para a construção do Brasil Sustentável, estando coadunada com as diretrizes da política ambiental do Governo, transversalidade, desenvolvimento sustentável, fortalecimento do SISNAMA e participação social e adotando referenciais importantes como a Carta da Terra.
Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para processos de união da sociedade, compreensão dos conceitos de cidadania e de sua aplicação, é hoje um dos grandes instrumentos de formação de políticas públicas no Brasil.
Implementação da Agenda 21 Brasileira (a partir de 2003)
A posse do Governo Luíz Inácio Lula da Silva coincidiu com o início da fase de implementação da Agenda 21 Brasileira. A importância da Agenda como instrumento propulsor da democracia, da participação e da ação coletiva da sociedade foi reconhecido no Programa Lula, e suas diretrizes inseridas tanto no Plano de Governo quanto em suas orientações estratégicas.
Outro grande passo foi a utilização dos princípios e estratégias da Agenda 21 Brasileira como subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente. Esta ampla inserção da Agenda 21 remete à necessidade de se elaborar e implementar políticas públicas em cada município e em cada região brasileira.
Para isso, um dos passos fundamentais do atual governo foi transformá-la em programa no Plano Plurianual do Governo - PPA 2004/2007, o que lhe confere maior alcance e importância como política pública.
Atualmente, existe mais de 600 processos de Agenda 21 Locais em andamento no Brasil, quase três vezes o número levantado até 2002.
Em resumo, são estes os principais desafios do Programa Agenda 21:
             Implementar a Agenda 21 Brasileira.
             Orientar para a elaboração e implementação das Agendas 21 Locais.
A Agenda 21 Local é um dos principais instrumentos para se conduzir processos de mobilização, troca de informações, geração de consensos em torno dos problemas e soluções locais e estabelecimento de prioridades para a gestão de desde um estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, até um bairro, uma escola.
• Implementar a formação continuada em Agenda 21. Promover a educação para a sustentabilidade através da disseminação e intercâmbio de informações e experiências por meio de cursos, seminários, workshops e de material didático.
Agenda 21 Brasileira em ação
No âmbito do Programa Agenda 21, as principais atividades realizadas em 2003 e 2004 refletem a abrangência e a capilaridade que a Agenda 21 está conquistando no Brasil. Estas atividades estão sendo desenvolvidas de forma descentralizada, buscando o fortalecimento da sociedade e do poder local e reforçando que a Agenda 21 só se realiza quando há participação das pessoas, avançando, dessa forma, na construção de uma democracia participativa no Brasil. Destacamos as seguintes atividades:
             Ampliação da CPDS: Criada no âmbito da Câmara de Políticas dos Recursos Naturais, do Conselho de Governo, a nova constituição da CPDS se deu por meio de Decreto Presidencial de 03 de fevereiro de 2004. Os novos membros que incluem 15 ministérios, a ANAMMA (Agência Nac. de Órgãos Municipais do Meio Ambiente) e a ABEMA (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente) e 17 da sociedade civil tomaram posse no dia 1º. de junho de 2004. A primeira reunião da nova composição aconteceu no dia 1º de julho, e a segunda em 15 de setembro de 2004.
             Realização do primeiro Encontro Nacional das Agendas 21 Locais, nos dias 07 e 08 de novembro de 2003, em Belo Horizonte, com a participação de cerca de 2.000 pessoas de todas as regiões brasileiras. O II Encontro das Agendas 21 Locais foi realizado em janeiro de 2005, durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre-RS.
             Programa de Formação em Agenda 21, voltado para a formação de cerca de 10.000 professores das escolas públicas do País que, através de cinco programas de TV, discutiram a importância de se implementar a Agenda 21 nos municípios, nas comunidades e na escola. Esse programa, veiculado pela TVE em outubro de 2003, envolveu, além dos professores, autoridades governamentais e não governamentais, e participantes dos Fóruns Locais da Agenda 21, da sociedade civil e de governos.
             Participação na consolidação da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Sustentável e Apoio às Agendas 21 Locais. Esta frente, composta de 107 Deputados Federais e 26 Senadores, tem como principal objetivo articular o Poder Legislativo brasileiro, nos níveis federal, estadual e municipal, para permitir uma maior fluência na discussão dos temas ambientais, disseminação de informações relacionadas a eles e mecanismos de comunicação com a sociedade civil.
             Elaboração e monitoramento, em conjunto com o FNMA (Fundo Nacional do Meio Ambiente), do Edital 02/2003 - Construção de Agendas 21 Locais, que incluiu a participação ativa no processo de capacitação de gestores municipais e de ONGs, em todos os estados brasileiros, para a confecção de projetos para o edital. Ao todo foram cerca de 920 pessoas capacitadas em 25 eventos. No final do processo, em dezembro de 2003, foram aprovados, com financiamento, 64 projetos de todas as regiões brasileiras.
             Publicação da Série Cadernos de Debate Agenda 21 e Sustentabilidade com o objetivo de contribuir para a discussão sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável no País. São seis os Cadernos publicados até o presente: Agenda 21 e a Sustentabilidade das Cidades; Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização; Uma Nova Agenda para a Amazônia; Mata Atlântica o Futuro é Agora; Agenda 21 e o Setor Mineral; Agenda 21, o Semi-Árido e a Luta contra a Desertificação.
             Publicação de mil exemplares da segunda edição da Agenda 21 Brasileira: Ações Prioritárias e Resultado da Consulta Nacional, contendo apresentação da Ministra Marina Silva e a nova composição da CPDS.
Ainda, foram efetivadas parcerias e convênios com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades, Ministério da Cultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério de Minas e Energia; Fórum Brasileiro das ONGs para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento; CONFEA/CREA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e prefeituras brasileiras.

A PRIMEIRA FASE BRASILEIRA
Elaboração da Agenda 21 Brasileira (1997-2002)
Em metodologia de trabalho aprovada pela CPDS selecionou as áreas temáticas e determinou a forma de consulta e construção do documento Agenda 21 Brasileira. A escolha dos temas centrais foi feita de forma a abarcar a complexidade do país e suas regiões dentro do conceito da sustentabilidade ampliada. Foram seis eixos temáticos que tomaram os nomes de Agricultura Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional, Gestão dos Recursos Naturais, Redução das Desigualdades Sociais e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.
Os eixos temáticos tiveram como princípio para sua definição não só a análise das potencialidades, como é o caso da gestão dos nossos recursos naturais - um grande diferencial do Brasil no panorama internacional - mas, também, fragilidades reconhecidas historicamente no nosso processo de desenvolvimento, ou seja, as desigualdades sociais.
Outro critério perseguido pela CPDS para a definição dos seis temas foi a necessidade de fugir da temática setorial que exclui grupos e reforça corporações e, como conseqüência, leva a soluções equivocadas.
Assim, apesar de não ser a única forma possível para encaminhar a construção da Agenda 21 Brasileira - pois poderiam ter sido pensados oito, dez eixos - a proposta feita pela CPDS permitiu discutir de forma ampla a sustentabilidade do desenvolvimento do Brasil.
Sobre cada tema foi realizado um trabalho de consulta aos diferentes segmentos da sociedade. Não sendo um documento de governo, esse processo de consulta foi capitaneado por entidades da sociedade sob a coordenação do MMA, na condição de Secretaria Executiva da CPDS. Assim sendo, o MMA contratou, por intermédio de edital de concorrência pública nacional, seis consórcios que se encarregaram de organizar a discussão e elaboração de documentos de referência sobre os temas definidos como centrais da Agenda 21. Por meio de workshops e seminários abertos ao público procurou-se envolver todos os setores da sociedade que se relacionam com os temas em questão. A consulta visava identificar, em cada tema, a opinião dos diferentes atores sociais e os conceitos, os entraves e as propostas para a construção da sustentabilidade.
Os resultados do trabalho das consultorias realizado dos anos de 1998 a 1999 foram sistematizados e consolidados em seis publicações que tomaram os nomes dos eixos temáticos, Agricultura Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional, Gestão dos Recursos Naturais, Redução das Desigualdades Sociais e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.
Concluído o processo de consultas, a CPDS realizou uma análise crítica sobre o processo desenvolvido, e entendeu que deveria ser ampliada a discussão em torno da Agenda 21; não só para que alguns temas ausentes e relevantes fossem incluídos, como também para que segmentos da sociedade, que não tiveram oportunidade de se manifestar, o fizessem. Para a Comissão, só assim se obteria o resultado esperado de formulação de políticas pactuadas entre os diferentes setores da sociedade brasileira.
Essa constatação levou a decisão de consolidar os trabalhos realizados até aquele momento, numa publicação chamada "Agenda 21 Brasileira - Bases para Discussão". Esse documento foi entregue ao Presidente da República em 8 de junho de 2000.
A ampliação da Consulta à Sociedade Brasileira
A continuidade do processo de elaboração da Agenda 21 Brasileira se deu entre os anos de 2000 e 2001, por meio da realização de debates estaduais, consolidados em encontros regionais, com o objetivo de construir uma Agenda de desenvolvimento sustentável para o país que, além do recorte temático que provocou a consulta inicial, reflita a diversidade regional do País, afirmando os compromissos assumidos entre os diferentes setores da sociedade com as estratégias definidas na Agenda 21.
Como resultado dos debates estaduais foi produzido um documento na forma de relatório para cada estado brasileiro, expressando a visão predominante no estado sobre as contribuições apresentadas pelas diferentes entidades locais e sobre as diretrizes e ações constantes no documento "Agenda 21 Brasileira - Bases para Discussão".
Em cada região do País, ao final dos debates estaduais, foi realizado um encontro regional, onde foram analisados os relatórios dos estados, visando definir um documento que expresse os resultados da região.
Todo esse processo de convocação da sociedade para o debate em torno da Agenda 21 contou com a parceria dos governos estaduais, por meio das secretarias de meio ambiente, e das instituições oficiais de crédito e de fomento ao desenvolvimento, a saber: Banco do Nordeste, Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e Petrobrás.
Nos vinte e seis debates estaduais realizados foram apresentadas e discutidas 5.839 propostas, endereçadas aos seis temas da agenda nacional. Agricultura Sustentável foi o tema que mais recebeu propostas (32%), seguido por Gestão dos Recursos Naturais (21%), Infra-Estrutura e Integração Regional (14%), Redução das Desigualdades Sociais (12%), Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável (11%) e Cidades Sustentáveis (10%). Três mil e novecentos representantes de instituições governamentais, civis e do setor produtivo participaram dos debates estaduais realizados.
Os encontros regionais foram realizados no período de junho a outubro de 2001 e visavam obter as tendências predominantes entre as propostas apresentadas nos estados de cada região. Desses encontros resultaram cinco relatórios, para as cinco regiões brasileiras.
Resultados da consulta nacional
O processo de consulta nacional desencadeado pela CPDS passou por diferentes fases: consulta temática em 1999, consulta aos estados da federação em 2000 e encontros regionais em 2001. Nos documentos produzidos nessas fases constam os nomes de 6.000 representantes das mais diferentes instituições. Nestes quatro anos, em torno de 40 mil pessoas se envolveram no processo, contando que toda reunião foi precedida por encontros de sensibilização que cada uma das secretarias estaduais de meio ambiente realizaram durante quatro meses pelo interior de seus estados.
Conclusão do documento Agenda 21 Brasileira
A fase final desse trabalho em prol do desenvolvimento sustentável brasileiro foi realizada no mês de maio de 2002 com a realização do seminário nacional que se constituiu em cinco reuniões setoriais, a saber: executivo, legislativo, produtivo, academia e sociedade civil organizada. Nessas reuniões a CPDS apresentou sua plataforma de ação, baseada nos subsídios da consulta nacional e definiu com as lideranças de cada setor os meios e compromissos de implementação.
O lançamento da Agenda 21 Brasileira, em julho de 2002, finaliza a fase de elaboração e marca o início do processo de implementação, um grande desafio para sociedade e governo.
*Dois documentos compõem a Agenda 21 Brasileira: "Agenda 21 Brasileira - Ações Prioritárias", que estabelece os caminhos preferenciais da construção da sustentabilidade brasileira, e "Agenda 21 Brasileira - Resultado da Consulta Nacional", produto das discussões realizadas em todo o território nacional




10 Mandamentos do Amigo do Planeta

O decálogo do Amigo do Planeta, de autoria do Vilmar Berna, tem por objetivo estimular um maior aprofundamento sobre o sentido de cidadania ambiental que deve reger o nosso cotidiano e o passo a passo para a formação de um Clube dos Amigos do Planeta na Escola, bem como sugestões de ações práticas a serem realizadas pelos alunos.

1 - Só Jogue Lixo no Lugar Certo

É horrível quando a gente vê alguém jogando lixo no chão. As ruas, praças e qualquer logradouro público não são terra de ninguém, mas pertencem a todos. Você não jogaria lixo na casa de alguém, jogaria? Pois é, a rua pertence a todos, tem muitos donos. O lixo espalhado, além de atrair ratos, moscas, mosquitos, cria um aspecto horrível de poluição em sua cidade. E, depois, custa muito dinheiro de impostos para limpar, dinheiro que podia estar sendo usado para outras obras. Um Amigo do Planeta só joga seu lixo nos locais apropriados, ou guarda no bolso e traz para colocar na lixeira da própria casa.

2 - Poupe Água e Energia

A água que você usa não sai da parede. Ela vem de algum rio ou manancial. Os rios estão sendo agredidos pela poluição e pelo desmatamento, o que torna a água potável cada vez menos disponível, o que eleva o custo de seu tratamento. Quanto à energia, existe a elétrica ou então vem de fontes como gás, petróleo, lenha e carvão. Elas vão escassear cada vez mais e algumas não são renováveis, como o petróleo, por exemplo.

3 - Não Desperdice

Evite consumir além do necessário. Adquira o indispensável em alimentos, objetos, roupas, brinquedos etc. As lojas e supermercados estão cheios de inutilidades que só fazem gastar mais e mais recursos naturais na fabricação. Reflita antes de comprar. Rejeite produtos descartáveis, como copos, garrafas etc. Além de poluírem e aumentarem o volume de lixo, também apressam o esgotamento dos recursos naturais. Reutilize as sacolas de compra. Prefira alimentos naturais, evitando enlatados, empacotados, refrigerantes, os alimentos industrializados, além de mais caros, podem causar alergias e outros males e, às vezes, nem têm grandes funções nutritivas.

4 - Proteja os Animais e as Plantas

Cada animal ou planta é um ser vivo como você e tem tanto direito à vida, à liberdade e ao bem estar quanto nós. Embora você não perceba, sua vida está interligada com a de todos os outros seres. É essa interligação que forma a `teia da vida' que garante a sobrevivência de todos. Por ter perdido esta noção, nossa espécie vem causando tanto prejuízo e poluição à natureza, com conseqüências cada vez mais graves para a nossa qualidade de vida. Os seres humanos são os únicos com capacidade de modificar em profundidade seu meio ambiente. Nós temos usado essa capacidade para piorar as coisas. Agora precisamos fazer o contrário, para nossa própria sobrevivência.

5 - Proteja as Árvores

Para fabricar papel é preciso cortar árvores, logo, poupar papel é uma forma de defender as árvores. Utilize os dois lados da folha de papel. Leve sua sacola de compras ao supermercado. Faça coleta seletiva em sua casa. Recicle o papel, fabricando novo papel a partir do papel usado. A outra forma de ajudar é defendendo as árvores existentes e plantando novas árvores. Adote uma árvore. Cuide dela com carinho e respeito.

6 - Evite Poluir Seu Meio Ambiente

Use o menos possível o automóvel, programando suas saídas. Ele provoca poluição do ar. Acostume-se a ouvir música sem aumentar muito o volume do som. Som alto provoca poluição sonora. Enfim, reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequadas para você. Não espere que alguém venha fazer isso por você. Faça você mesmo.

7 - Faça Coleta Seletiva do Lixo

É fácil separar o lixo seco (inorgânico: papel, plástico, metal, vidro) do lixo molhado (orgânico: restos de comida, cascas de frutas etc.). Você estará contribuindo para poupar os recursos naturais, aumentar a vida útil dos depósitos públicos de lixo, diminuir a poluição. É só ter duas vasilhas diferentes a lado da pia da cozinha e um lugar para depositar o lixo seco até alcançar um volume que permita sua venda ou doação - e boa vontade.

8 - Só Use Biodegradáveis

Existem certos produtos de limpeza que não se degradam na natureza, como sabões, detergentes etc. Procure certificar-se, ao comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Evite o uso de venenos e inseticidas. Uma casa limpa é suficiente para afastar insetos e ratos. Os inseticidas são altamente nocivos para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

9 - Conheça Mais a Natureza

Estude e leia mais sobre a natureza, mesmo que não seja tarefa da escola. Tenha em casa livros, revistas que falem sobre a natureza. Faça um álbum de recortes com figuras de animais e plantas. Procure no dicionário palavras como saúde do trabalhador, reciclagem, reaproveitamento, habitat, biodegradáveis etc. Quanto mais você souber, melhor poderá agir em defesa da natureza

10 - Participe Dessa Luta

Não adianta você ficar só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso combinar estudo e reflexão com ação. Você pode agir sozinho, procurando políticos ou a imprensa, por exemplo, para denunciar ou protestar contra os abusos, poluições, depredações. Também pode agir em grupo. Quando estamos unidos, somos mais fortes e capazes de encontrar soluções para enfrentar os problemas ambientais.

Delta do Parnaíba e as Mudanças Globais

 Por Editor em 25/01/2011
Os ambientes costeiros são encontrados em todo o planeta e são compostos de ecossistemas aquáticos diversos como manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas ocupadas com mata atlântica, rios e igarapés. De modo geral, são vastos depósitos de carbono orgânico, ferramentas ambientais essenciais para o equilíbrio climático do planeta. Estes locais receberam o apelido por alguns pesquisadores de "Carbono Azul", por sua habilidade extrema em sequestrar e armazenar o carbono atmosférico na forma de matéria orgânica do solo.

A quantidade de carbono fixada por um ambiente costeiro como o manguezal pode chegar a ser cinco vezes superior à que é fixada por uma floresta tropical como a Amazônia, sendo que a velocidade de fixação pode chegar a ser até 50 vezes maior. Na maioria dos ecossistemas aquáticos naturais, o carbono fixado retorna rapidamente à atmosfera pela decomposição, este fenômeno pouco ocorre em áreas de manguezais, pois, boa parte do carbono sintetizado é armazenada e permanece presa em meio às camadas de sedimento por centenas e até milhares de anos, ficando pouco disponível para a decomposição e ao processo de Aquecimento Global.

Aos poucos o planeta vem perdendo estes valiosos estoques naturais de carbono devido ao desmatamento, contaminação, mudança no uso de terra e água e ocupação imobiliária. Estes locais vêm sendo degradados num ritmo assustador, cerca de 2% ao ano, com isso, se nada for feito, em cinqüenta anos não existirá mais este importante ecossistema. A perda de um manguezal pode ter um valor ainda mais significativo do que a perda de uma mesma área de floresta tropical para o processo de Aquecimento Global. Para cada hectare perdido deste ambiente costeiro, milhões de toneladas de um carbono milenar são emitidas para atmosfera, além de paralisar um importante elo no ciclo global do carbono.

Conhecer, respeitar, conservar e até mesmo reconstituir estes frágeis ecossistemas costeiros é um desafio necessário, que deverá trazer amplos benefícios à mitigação das emissões de gases de efeito estufa e ao processo de mudanças climáticas, assim como importantes reflexos junto à biodiversidade e para o sustento das populações tradicionais.

Estes ambientes costeiros estão largamente espalhados pelo mundo tropical, na região NE do Brasil temos importantes representantes, sendo o Delta do Parnaíba um dos mais representativos. É considerada uma área de extrema importância ecológica. O ambiente é rico em diversidade biológica e apresenta diversos ecossistemas aquáticos, tanto de água doce e salobra quanto salgada.

O rio Parnaíba após percorrer um longo trajeto (1.484 km) deságua no oceano Atlântico, mas antes de entrar no mar divide-se em três braços, separados por dezenas de ilhas repletas de floresta tropical, formando um acidente geográfico conhecido como Delta do Parnaíba. Sua área é estimada em cerca de 2.700 km2, se inicia numa forma retangular e abre-se num leque com mais de 15 km de extensão. Alguns pesquisadores afirmam que o Delta se inicia a cerca de 20 km acima da cidade de Parnaíba. É um produto não só do rio, mas uma combinação dinâmica com o mar, originando uma comunidade biológica única.

Num breve passeio de barco de quatro horas pelo Delta do Parnaíba podemos registrar algumas informações importantes em relação à paisagem local, composta por matas tropicais, dunas, manguezais, ilhas cortadas por canais, praias e restingas numa combinação complexa. A vegetação é abundante, variada, apresentando nos terrenos mais baixos palmeiras e manguezais; nas inúmeras ilhas aparecem matas com madeiras de Lei e diversas espécies de palmeiras, ocorrendo frequentemente extensos cajueiros até mesmo nos terrenos mais baixos. Mas a maior extensão do Delta é ocupada por manguezais, que parecem não ter fim, são impressionantes e emolduram toda a paisagem.

Estes ecossistemas costeiros constituem um grande potencial para o sequestro do carbono atmosférico, ou seja, para a mitigação do processo de Aquecimento Global. As alterações antrópicas junto a estes ecossistemas podem trazer enormes prejuízos ao equilíbrio da dinâmica do balanço regional de carbono e com profundos reflexos em relação às mudanças climáticas globais.

O funcionamento deste sistema oferece uma boa oportunidade para a criação de novos mecanismos de incentivo à proteção ambiental, preservação e valoração da região costeira do Brasil e do mundo. Estes podem ser estruturados dentro dos mesmos moldes de projetos
REED+ (Reduções das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), mecanismo criado para a preservação de florestas tropicais, e que funcionam pelo pagamento do carbono fixado anualmente por hectare em áreas de florestas tropicais preservadas.

Os ambientes costeiros, principalmente os manguezais, têm a vantagem da eficiência na fixação de carbono por metro quadrado, podendo chegar a ser centenas de vezes superior que nas florestas tropicais, sendo que o valor da tonelada de carbono seqüestrado deve permanecer o mesmo para estes dois ambientes. Entretanto, hoje existe pouco conhecimento nesta área de estudo, em todo mundo, assim, para chegar a valores quantitativos de seqüestro de carbono nas áreas costeiras, serão necessários amplos investimentos em longas pesquisas científicas a fim de determinar o potencial real destes locais na mitigação do processo de Aquecimento Global.
Pesquisador da Embrapa Meio-Norte


Educação Ambiental pro natura


            Educação Ambiental, como explicita Reigota, é política. Para politizarmos a educação é preciso entender a radicalidade democrática necessária à busca pela igualdade social e reconhecimento das diferenças culturais. Para às práxis de educação ambiental, no ambito do ensino formal, a vivência do processo de construção, implementação, efetivação e avaliação contínua do projeto-político pedagógico da escola é vital. Dele pode derivar a construção da Agenda 21, por exemplo, escolar e de inúmeras outras iniciativas.
            No encontro sobre Interdisciplinaridade e Educação Ambiental na manhã chuvosa e prazerosa de sábado, tivemos a oportunidade do diálogo inicial acerca de várias questões fundamentais para essa politização e fazeres pedagógicos. Debatemos dois pontos importantes destacados por Paulo Freire: o do ato comprometido só atingido pela capacidade de ação e reflexão; o entendimento da mudança como aspecto contínuo, da realidade não entendida como algo dado, estável e imutável.  Esses são pontos que perpassam toda a discussão sobre às práxis de educação ambiental.
            Ao problematizarmos a interdisciplinaridade começamos por sua historicidade, ou seja, suas relações com a ciência e educação modernas, como o estreitamento entre currículo e o conhecimento científico. O contexto político, econômico, cultural e social da modernidade européia, das chamadas Revolução Industrial e  Revolução Científica, do advento da sociedade capitalista, alicerçam a forma de entendermos e construirmos a superespecialização, fragmentação  e a disciplina. O entendimento desses fatores torna a compreensão da interdisciplinaridade mais completa e fundamentada. Inclusive pelos nexos existentes ( e debatidos) sobre a fragmentação , superespecialização e formação da divisão do trabalho na sociedade capitalista.
            A Educação Ambiental explicita uma busca de superação da superespecialização e da fragmentação do saber e do conhecer através da interdisciplinaridade. A interdisciplina, pelo próprio nome, necessita da disciplina. Mas essa não pode ser isolada, fragmentada, sem perceber os nexos e a complexidade do real, suas articulações. O ambiente e a educação entendidos em seus aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais são essencialmente interdisciplinares. Uma construção do saber de forma interdisciplinar não é função do indíviduo apenas, mas sim, da articulação e influência mútuas entre indivíduo e sociedade. Na escola o projeto político pedagógico torna-se de suma relevância para o processo democrático e interdisciplinar em busca da Educação Ambiental. Todos construindo seus papéis de sujeitos da história. Estudantes entendidos como pesquisadores. Professores entendidos como pesquisadores. Pesquisadores que buscam articular conhecimentos existentes e construir novos, de forma interconectada, interdisciplinar. Tanto em grupo como individualmente o professor pode contribuir para a construção da interdisciplinaridade. Não apenas em equipe, como a maioria imagina, mas também individualmente. Para conseguir enquanto indivíduo propor atividades interdisciplinares é preciso a formação profunda na disciplina, na sua especialidade. Essa profunda formação revelará os nexos interdisciplinares contidos nas disciplinas,mas, na maioria das vezes, ignorado. O trabalho em equipes também é importante, mas, é uma das formas.
            Buscar novos paradigmas, novos modelos, ou seja, a tarefa da educação ambiental, não é facil...Antes de mais nada é necessário. Não há espaço para o medo da busca, mas, do que nos aguarda enquanto sociedade se não atuarmos em prol de novas sociedade possíveis. Sociedades em harmonia. Harmonia dos seres humanos entre si e em relação aos outros seres.   Talvez a grande tarefa da educação ambiental seja mostrar a sujeira e não reciclá-la, mas, construir rupturas. Isto só seria possível no processo de diálogo, de politização, da busca pela igualdade, de horizontalização de poder, de novos conhecimentos e sentidos para a existência. Trata-se  de novo aprendizado social.
            O encontro da manhã de sábado foi delicioso por  carregar toda essa necessidade de mudança, entender suas forças opressoras de reprodução do modelo explorador, mas, sobretudo, de que o caráter inacabado, a incompletude do ser nos dá a brecha necessária à educação para outras formas de convívio social, portanto, ambiental...E, acima de tudo,  persistir!     

A Primavera Silenciosa

Um dos livros que marcaram o século XX
Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que a natureza é vulnerável à intervenção humana. A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insetos.
No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar câncer e dano genético.
A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloqüente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.
Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."
Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A idéia foi rejeitada.
Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.
Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.
A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.
Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas organoclorados prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros, até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos insidiosos e acumulativos do DDT.
O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.
Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.
A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais "será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são perigosos?"
Então, em vez dos defensores da natureza ter de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.
A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.

43 dicas de sustentabilidade

Conheça 43 dicas de sustentabilidade para você aplicar todos os dias (sem exceção) e exercer a sua plena e total cidadania.

Faça de seu dia-a-dia os princípios fundamentais de uma atitude responsável em relação ao planeta.
A consultoria gaúcha Molter, com 30 anos de atuação, disponibiliza em seu site 43 dicas para, com pequenos e rotineiros gestos, a cuidar do nosso planeta.

1-Utilize a quantidade máxima de água indicada pelo fabricante na lavadora;

2-Banhos de banheira consomem três vezes mais água. Evite-os;

3-Varra quintais e calçadas com a vassoura e não com jatos de água,
(conhecida como vassoura hidráulica);

4-Feche a torneira (abra para molhar a escova e feche, só abrindo de novo para enxaguar a boca e levar a escova) durante a escovação dos dentes;

5-Regue jardins e plantas pela manhã ou no fim da tarde, evitando que o sol evapore a água utilizada;

6-Colete a água da chuva. Ela será útil para regar plantas, lavar o carro, a calçada...

7-Armazene óleo de cozinha usado e entregue a entidades que o destinarão de forma responsável;

8-Configure seu computador para que o monitor desligue em caso de inatividade;

9-Evite posicionar a geladeira próxima ao fogão ou em locais diretamente atingidos pelo sol;

10-Antes de armazenar alimentos na geladeira, deixe-os esfriar naturalmente;

11-Na geladeira, deixe espaço entre os itens – o ar resfriado circulará melhor;

12-Sempre que puder, desligue os aparelhos da tomada;

13-Evite o uso de aparelhos elétricos em horários de pico (18hs às 21hs);

14-Use escadas para subir ou descer poucos andares;

15-Vai reformar ou redecorar a casa? Abuse da iluminação natural com telhas de vidro, cortinas claras, janelas amplas e pinturas em tons claros, quando não, o branco...

16-Lâmpadas fluorescentes iluminam mais e gastam menos;

17-Compre produtos com o selo PROCEL – são mais econômicos no uso de energia e no seu bolso no final de cada mês;

18-Tire produtos congelados com antecedência do freezer e coloque na geladeira, onde descongelará sem perder propriedades, em vez de usar o micro-ondas para descongelá-los;

19-Use panela de pressão para cozinhar grãos e carnes;

20-Mantenha lâmpadas e luminárias limpas para conseguir melhor
aproveitamento da luz;

21-Prefira ventilador a condicionador de ar;

22-Regule o termostato da geladeira;

23-Tampe sempre as panelas, isso economiza gás;

24-Corte papéis usados para rascunhos;

25-Revise (sempre) qualquer documento antes de imprimir para evitar novas impressões;

26-Combine com os vizinhos e uma cooperativa de catadores o dia da coleta de recicláveis em seu condomínio ou quarteirão;

27-Não use vaso sanitário como lixo (resíduo);

28-Busque produtos mais duráveis para evitar reposição freqüente;

29-Não descarte remédios vencidos no lixo (resíduo) comum – há farmácias que fazem essa coleta;

30-Adote o uso sistemático de produtos reciclados;

31-Prestigie empresas com responsabilidade social e ambiental;

32-Ao procurar um imóvel, lembre-se: ambientes voltados para o norte são mais frios no verão e mais quentes no inverno. Instale-se de maneira a aproveitar melhor esses ambientes;

33-Cores claras nas áreas internas são sinônimos de economia em sua casa;

34-Tendo espaço, plante árvores. Onde você puder;

35-Revise as instalações elétricas. Fios desencapados ou mal isolados provocam perda de energia, podendo causar sérios danos ao seu patrimônio;

36-Ande menos de carro. Prefira transportes de massa, como metro, ônibus, ou trem; caso sejam de fácil acesso. Se a distância for próxima, prefira caminhar ou usar uma “bike”. Outra opção é o transporte solidário, quando possível;

37-Tenha sempre uma sacolinha de lixo dentro do carro;

38-Use sempre o seu chuveiro na posição de “verão”, utilizando o recurso de diminuir a vazão d’água para aumentar a temperatura da mesma;

39-Lave o seu carro sempre utilizando um balde com água, nunca com a mangueira;

40-Quando possível compre bebidas envasadas em vasilhames retornáveis;

41-Adquira sacolas ecológicas, aquelas feitas de materiais reutilizados e/ou reciclados, criando o hábito de sempre levá-las para suas compras nos supermercados ou nas feiras;

42-Separe o lixo (resíduo) doméstico em duas partes distintas: numa delas você só colocará o lixo orgânico e/ou úmido e na outra você só colocará apenas o lixo reciclável e/ou seco, mesmo que na sua rua não haja coleta seletiva em dias diferentes, pois caso o lixo (resíduo) seja coletado no mesmo caminhão, o seu trabalho será em vão, pois irão se misturar. Caso não exista, coloque para coleta apenas o lixo (resíduo) orgânico e/ou úmido e leve você mesmo o lixo (resíduo) reciclável e/ou seco para um ponto de coleta que existe em vários pontos de sua cidade. 

43-Adotar e aplicar sempre a regra dos “3 Rs”:
   
    REDUZIR   -    REUTILIZAR   -    RECICLAR...

SE VOCE FIZER A SUA PARTE:

·        Reduzindo e Reutilizando, você evita que uma grande quantidade de
produtos se transformem em lixo (resíduo).

·         Reciclando voce protege os recursos naturais e reduz o volume do lixo
(resíduo).
Pergunte-se ao longo do dia:
“fiz algo para a conservação do planeta hoje?”