sexta-feira, 27 de maio de 2011
‘Correntão’ que derruba árvores em segundos em MT
O “correntão” é um instrumento usado a muitos anos por produtores rurais na Amazônia e em todo o Brasil. Trata-se de uma corrente de aço, que pesa toneladas, usada para atracar navios em grandes portos. No campo, elas são puxadas por dois tratores de grande potência, um de cada lado, para acelerar o desmatamento.
“Do ‘correntão’ não escapa nada, nem fauna, nem árvore”, diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Menezes Evaristo. Segundo dados de satélites coletados pelo Inpe, 80% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreu no Mato Grosso em abril, ou seja, 480 quilômetros quadrados.
“Do ‘correntão’ não escapa nada, nem fauna, nem árvore”, diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Menezes Evaristo. Segundo dados de satélites coletados pelo Inpe, 80% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreu no Mato Grosso em abril, ou seja, 480 quilômetros quadrados.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
O código das ONGs
Kátia Abreu*
Quinta-Feira, 26/05/11
Nada contra as ONGs, pelo contrário. Essas instituições privadas, que os sociólogos chamaram de terceiro setor (para diferenciá-las do primeiro setor, o governo, e do segundo setor, o mercado), são caracteristicamente generosas, por definição não lucrativas. Constituem a forma moderna de institucionalização do voluntarismo, o eterno e inesgotável testemunho humanitário e gratuito da solidariedade. Só no Brasil são mais de 500 mil, segundo o IBGE, estão em toda parte e merecem apoio e estímulo pelas causas beneméritas a que se dedicam.
Uma das suas manifestações — as ONGs da área ambientalista — são importantes, oportunas e estão fazendo história desde quando surgiaram no século 20 e se empenharam em campanhas memoráveis assumindo, talvez pelo apelo pacifista do combate às armas nucleares, caráter político, beligerante e agressivo. Muitas dessas ONGs globarizaram-se, tomaram o gosto pela guerra e seus instrumentos políticos e táticos, foram perdendo o sentido da gratuidade, tornaram-se poderosas organizações financeiras e até, desviando-se de um dos seus traços essenciais, se prestam a promover marcas e produtos. Inventaram e exploram uma falsa extraterritorialidade, como se fossem seitas religiosas.
Da fato, deixaram de ser o terceiro setor e se tornaram verdadeiras empresas, financeiramente poderosas, ora organizações para-estatais, com burocracia própria e até bases operacionais estratégicas. Investiram fortemente no que os americanos chamam de “corações e mentes”, ou seja, nos argumentos morais e na conquista da adesão fervorosa dos cidadãos mobilizados pela propaganda e pela denúncia de conspirações contra as leis da natureza. Pragmáticos, porém, mostram-se incongruentes. Exigem a preservação das margens dos rios e córregos do Brasil e se esquecem de clamar a mesma proteção e reconstituição das coberturas vegetais das margens do Reno, do Sena, do Tâmisa, do Elba, do Danúbio, do Douro.
A verdade é que essas mesmas ONGs há muito já passaram do rigor e defesa de boas práticas de conservação do solo e defesa da fauna e flora para a manipulação política da legislação. Não é diferente a maneira como se comportam com relação ao Código Florestal, quando algumas dessas ONGs multinacionais decidiram inventar padrões não praticados em qualquer parte do mundo e que, se adotados aqui, simplesmente inviabilizariam a agropecuária no Brasil. Para começar, tornariam ilegais, portanto criminosos, quase 100% dos produtores rurais brasileiros.
Tentar equalizar e adotar regras únicas para um território com a extensão continental do Brasil e seis biomas diversos como são o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal, o Pampa, a Mata Atlântica e a Amazônia é mistificar as regras ambientais e envenenar a opinião pública contra um dos pilares mais sólidos, modernos e competitivos do desenvolvimento do país.
Devemos reconhecer, porém, que, graças à isenção e à coragem moral do deputado Aldo Rabelo, que examinou as propostas existentes e, sem preconceitos, montou uma proposta que todos aceitam, o Código Florestal conta com o apoio da maioria do Congresso, apesar da propaganda negativa e da ameaça de chantagem das ONGs mutinacionais.
*Senadora (DEM-TO), é presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA)
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